Perdão

Para complementar a matéria sobre perdão realizada em parceria com o programa Vida e saúde, resolvi colocar uma reflexão mais completa. Perdão é um processo mental que nos liberta de ressentimentos, mágoas, sentimentos de raiva e tristeza que temos em relação ao outro e em relação a nós mesmos. A maioria das vezes as pessoas nem pensam em perdoar, pois confundem o que é o perdão. Pensam em submissão, em humilhação... Mas perdoar está intimamente ligado a humildade, desprendimento, desapego. O perdão psicológico é uma ferramenta de desprendimento e de transformação. Em primeiro lugar precisamos mudar nosso olhar para o mundo e pessoas. Mudar crenças para não criar expectativa em relação aos demais, para não julgar, para focar no momento presente e em nossas próprias vidas. Precisamos realmente querer ser protagonista de nossa história, da nossa vida e, principalmente, parar de culpar os outros, de assumir o papel de vítima. Nutrir emoções negativas, destrutivas é uma escolha. Ao cultivar a resiliência damos o primeiro passo para auxiliar na mudança de comportamento necessária, auxiliar a manter a persistência e determinação necessárias. Ao escolher aproveitarmos o melhor de nós e dos demais promovemos o segundo passo e se, ao invés de culpar e criticar os demais, nos voltarmos para uma metamorfose contínua em nós mesmos, sempre para melhoria, aí a estrada se configura e conseguiremos a cada passo uma aprendizagem transformadora. Mas o processo que precisamos incentivar e vivenciar em nós não é mágico, precisa de vontade para iniciar e de persistência. Fica uma dica: O personagem Mike do filme Universidade Monstros é um exemplo engraçado de resiliência, determinação e persistência. Vale a pena refletir com esse monstrinho agradável.

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Cérebro X religião X depressão

Pessoas religiosas têm cérebro mais ‘espesso’ e maior proteção contra a depressão Pesquisadores da Universidade de Columbia descobriram que a crença na espiritualidade pode criar no córtex uma barreira física contra a doença LONDRES - Pessoas religiosas ou que têm alguma crença na espiritualidade têm cérebros mais ‘espessos’, segundo um novo estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores estudaram pessoas com histórico familiar de depressão e descobriram que, nas religiosas, o córtex, camada externa do cérebro, era mais espesso que em pessoas não religiosas. Esse espessamento relacionado à religião, segundo eles, pode oferecer proteção contra a doença. - Nossas crenças e nossos humores são refletidos no cérebro, e com novas técnicas de imagem já é possível observá-los - disse à Reuters Health Myrna Weissman, professora de psiquiatria e epidemiologia da Universidade de Columbia. - O cérebro é um órgão fantástico. Não só nos controla, mas é controlado por nossos humores. Enquanto o estudo sugere uma relação entre a densidade do cérebro e espiritualidade, não se pode dizer que o espessamento cause a religiosidade nas pessoas, observaram os pesquisadores na revista “JAMA Psychiatry”. Mas deve servir para dar pistas, entretanto, de que ser religioso pode aumentar a resiliência do cérebro contra a depressão de forma física. Antes deste estudo, os pesquisadores já tinham descoberto que pessoas que se diziam religiosas tinham menos risco de entrar em depressão, e que pessoas com maior propensão à doença tinham o córtex mais fino comparadas às que tinham menor risco. Neste estudo os pesquisadores perguntaram duas vezes a 103 adultos com idades entre 18 e 54 anos o quão importante eram, para eles, religião e espiritualidade, e com que frequência eles tinham ido a missas, cultos, e outras reuniões religiosas em cinco anos. Além das entrevistas, imagens dos cérebros desses voluntários foram observadas para analisar a espessura de seus córtex. Todos os participantes eram filhos ou netos de pessoas que já tinham participado de um estudo anterior sobre depressão. Os pesquisadores descobriram que a importância da religião ou espiritualidade de um indivíduo - mas não a frequência às reuniões religiosas - estava relacionada ao córtex mais espesso. O link foi mais forte entre aqueles com alto risco de depressão. - O que estamos fazendo agora é olhar para a estabilidade do estudo - disse Weissman, que também é chefe do Departamento de Epidemiologia Clínica Genética do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York. A equipe da pesquisadora está tomando mais imagens dos cérebros dos participantes para ver se o tamanho do córtex muda com sua espiritualidade. - Esta é uma maneira de replicar e validar os resultados - explicou. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/pessoas-religiosas-tem-cerebro-mais-espesso-maior-protecao-contra-depressao-11187248#ixzz2qHENEtZd © 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

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Cérebro aprende pelo afeto e pela emoção

Neurociência na aprendizagem escolar é um tema que muito tem a ver com o nosso cotidiano da sala de aula. Através de uma abordagem conceitual para essa fundamentação neurocientífica, o cérebro se torna na atualidade um mediador importante para o conhecimento do professor, educador e pais reconhecerem potencialidades e até mesmo dificuldades no aprender. Aprendemos com a cognição, mas sem dúvida alguma, aprendemos pela emoção, o desafio é unir conteúdos coerentes, desejos, curiosidades e afetos para uma prazerosa aprendizagem. (Marta Relvas) O cérebro é provavelmente o órgão mais fascinante do corpo humano. Ele controla tudo, da respiração até nossas emoções e inclusive nosso aprendizado. E para o professor, conhecimentos básicos de neurociência são essenciais para seu trabalho, já que seu objetivo é proporcionar aprendizagem a seus estudantes e, de preferência, da forma mais otimizada possível. A seguir estão alguns conceitos, dicas e curiosidades que serão extremamente úteis na hora de planejar suas aulas. Relação entre memória e aprendizagem Um homem sem memória é um homem sem história. A memória é o brinquedo da aprendizagem. Se você está lendo esse artigo agora, ouvindo ruídos, sentindo cheiros... enfim é por que você possui seus sistemas biológicos integrados ao centro do cérebro, que recebe, interpreta e responde aos estímulos provocados dos ambientes, e sem dúvida envolvidos pelas memórias construídas ao longo de nossas existências. A aprendizagem é um “mix” de memória, atenção, concentração, interesses, desejos, estímulos intrínsecos (neurotransmissores/hormônios) e extrínsecos (informações externas do ambiente) que permeiam a mente e o cérebro humano. Quando mais aprendemos mais conexões neurais formamos... A plasticidade cerebral é a capacidade do sistema nervoso, alterar o funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças no ambiente, através da conexão e (re) conexão das sinapses nervosas, organizando e (re) organizando as informações dos estímulos motores e sensitivos, sendo controladas por grupos especiais de neurônios (células glias). Somos o que vivenciamos, experimentamos e lembramos Aprende-se com o cérebro, e todas as ações perpassam como um filme na máquina fotográfica, ou comparando a um hardware, onde vários softwares são “rodados” por meio de impulsos elétricos, e pela centelha dos afetos ou desafetos existentes e recebidos ao longo de nossas vidas. O cérebro sozinho não possui função nenhuma, ele só estabelece um funcionamento quando em conjunto com outros sistemas que se interconectam, recebem e respondem aos estímulos para realizar um potencial de atividades elétricas e químicas. A forma de aprender está relacionada ao recebimento de estímulos que captamos pelos nossos sentidos, esses nossos fiéis escudeiros e selecionadores de estímulos chamados canais sensoriais. Esses estímulos conhecidos como informações (som, visão, tato, gustação, olfação) chegam ao tálamo que é uma estrutura no cérebro que tem a função de receber esses estímulos e reenviá-los para áreas específicas que são responsáveis na elaboração, decodificação e associação dessas informações. O tálamo funciona como um “aeroporto” e junto com o hipotálamo, as amígdalas cerebrais (responsável pela emoção), e o hipocampo (responsável pela memória de longo prazo), promovem as lembranças e a aprendizagem significativa. A aula deverá ser reflexiva e não reprodutiva. O estudante ao estar na sala de aula, apenas assiste aula, o cérebro necessita de desafios coerentes, interação, participação sempre. Por isso, o professor deverá ser um fazedor, instigador de curiosidades. O cérebro é muito mais “fofoqueiro” e adora novidades. Com isso, torna-se fundamental que o ritmo da aula seja sempre emoldurada por desafios e afetividades. Aprender é promover novas conexões neurais, por isso sempre será necessário realizar um “up grade” dos nossos neurônios para evitar o “empobrecimento” da qualidade dos nossos pensamentos e atitudes. Portanto, o educador ético é aquele que está disponível, mas não exigir de seu estudante uma única maneira de posicionar-se, igual à sua, mas apontar caminhos possíveis, permitindo assim o estudante ocupar-se do seu ritmo de aprendizagem e desenvolvimento. Por isso, concluo que o educador não deve ser o representante da verdade absoluta para seu estudante, mas um incentivador de diversas possibilidades e potencialidades, e considerando que o cérebro não é um sistema fechado, mas um sistema aberto de possibilidades. Referências Relvas, Marta Pires. Neurociência e Educação, gêneros e potencialidades na sala de aula. Rio de Janeiro, 2ª ed. WAK Editora, 2010. Relvas, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação – Despertando Inteligências e Afetividade no processo da Aprendizagem. Rio de Janeiro, 5ª edição. WAK Editora, 2010. Vya Estelar - Neurociência & Aprendizagem - Cérebro aprende pelo afeto e emoção www2.uol.com.br

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