A hora de mudar é agora!

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“Hoje não somos limitados pelas oportunidades de mercado. Somos limitados pela nossa imaginação.” C. K. Prahalad



Quando passamos por uma experiência de desapontamento ou frustração, é provável que esta tenha raízes na resistência em aceitar a realidade de que tudo muda o tempo todo, sempre. Aceitar mudanças requer de nós disponibilidade para o novo: temos que abandonar nossas velhas identidades e nos abrir para o desconhecido.

Na maioria das vezes, resistimos às mudanças porque elas nos demandam esforço, consciência e sabedoria para olhar de frente o que preferiríamos não ver.

Na nossa construção diária rumo a um ser melhor, estar aberto ao novo é uma competência fundamental. Para isso precisamos ativar nosso arquétipo do destruidor, pois o apego a paradigmas obsoletos é uma das mais fortes barreiras à mudança e está diretamente ligada à capacidade de utilizar comedida e adequadamente a palavra “não”.

Sabemos que hoje é essencial destruir e reconstruir paradigmas e estratégias para concretizar nossa metamorfose e para construir uma jornada equilibrada e harmoniosa de puro crescimento em todas as etapas e ciclos da mesma.

Os arquétipos configuram, segundo Jung, uma herança psicológica da qual somos depositários, instigando formas determinadas de se expressar ao longo da jornada. Aqui nos atemos ao arquétipo do destruidor, fundamental para a metamorfose, pois é através dele que conseguimos abrir espaço para o novo, revisando sempre o que não precisamos mais, seja material, comportamental,

Emocional, etc.

Neste momento é fundamental parar um pouco para refletir: o que não é mais compatível comigo neste momento, o que não é mais necessário nesta etapa da minha vida? Liste tudo o que lembrar.

Faça uma varredura mental: objetos, vestimentas, alimentos, utensílios, crenças, valores, hábitos...

Depois leia a lista e separe tudo o que for material que esteja contido na lista e proponha-se a doar, ou a jogar fora o que não está em condições. Com este ato, inicia-se a ativação do destruidor.

Logo passe para o que não é material e faça uns planejamentos concretos de mudança, “jogando fora” o que não é mais plausível e repondo pelo que é mais coerente hoje para você.

Veja um exemplo magistral de abertura ao novo: Soichiro Honda.

Em 1938, enquanto ainda estava na escola, Honda pegou tudo o que tinha e investiu numa pequena oficina, onde começou a desenvolver o seu conceito de anel de pistão, pois queria vender seu trabalho à Toyota Corporation, e por isso trabalhou dia e noite. Chegou inclusive a empenhar as joias da mulher para permanecer no negócio. Mas quando terminou os anéis de pistão e os apresentou à Toyota, disseram-lhe que não atendiam aos padrões da firma.

Após mais dois anos, a Toyota deu a Honda o contrato com que ele sonhava e ele projetou sua empresa. Surgiu, então, um novo problema, pois o governo japonês se preparava para a guerra, e negou a Honda o concreto de que precisava para construir sua fábrica. Mais uma vez, Honda decidiu utilizar a experiência, e desenvolveu outra estratégia.

Ele e sua equipe inventaram um processo para fabricarem o seu próprio concreto, e a fábrica foi construída. Durante a guerra, ela foi bombardeada duas vezes, ficando destruídas grande parte das instalações. Finalmente, após sobreviver a tudo isso, um terremoto arrasou a fábrica. Honda decidiu vender sua operação de pistão para a Toyota.

Depois da guerra, uma tremenda escassez de gasolina atingiu o Japão e Honda não podia sequer sair no seu carro para comprar comida para a família. Em desespero, adaptou um pequeno motor à sua bicicleta, o que resultou em encomendas de outras iguais. Como não tinha capital, pensou em apelar para os 18.000 proprietários de lojas de bicicletas no Japão, escrevendo a cada um deles uma carta pessoal. Disse-lhes como podiam desempenhar um papel na revitalização do Japão através da mobilidade do seu invento, e convenceu cinco mil a adiantarem o capital de que necessitava. Tornou-se um sucesso e valeu uma recompensa do Imperador.

Mais tarde, passou a exportar suas motos para a Europa e Estados Unidos, prosseguindo nos anos 1970 com os carros que se tornaram tão populares. Hoje, a Honda Corporation emprega mais de cem mil pessoas no Japão e Estados Unidos, sendo considerada um dos maiores impérios automobilísticos japoneses.



“Eu vivo no presente, para construir o futuro, com a experiência do passado”. Soichiro Honda


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